O Tao do Ocidente - 42
O Tao no Ocidente

Aqui no ocidente, diversas academias estão utilizando, com enorme sucesso, a transcrição da pintura e da música para a dança, que é a arte definitiva para muitos. Aqueles que tiveram oportunidade de assistir a um desses espetáculos, admiram-se da mágica que é transmitida pelos suaves e graciosos movimentos, numa precisa unidade com a música, que como pano de fundo, decora magnificamente todo o espetáculo. Realmente vale a pena assistir a uma dessas apresentações.
Entre a dança, a ginástica e as artes marciais, existe a conhecida prática do Tai-Chi-Chuan, que como já dissemos, trata dos movimentos que visam restabelecer o equilíbrio físico e mental naqueles que o praticam. Existem explicações bastante completas, que falam de um fluxo de energia vital, Chi, e de certas vias que o corpo possui e que não são mostradas na anatomia tradicional. Não se trata de nenhuma fantasia, pois existem provas suficientes do funcionamento preciso da acupuntura, quando feita por pessoas competentes.
A ação de cura se faz pelo excitar ou acalmar determinados pontos na pele, que são ligados entre si e aos órgãos do corpo, através de linhas imaginárias chamadas meridianos. Esses meridianos, são bem mais reais que as linhas referenciais de Greenwich, do equador ou dos trópicos geográficos. No caso dos meridianos da acupuntura e ciências correlatas, como massagens e Do-in, a sua existência é sem dúvida real embora sejam invisíveis.
De fato, os elementos sutis podem prescindir de vias materiais limitadas. Tai-Chi-Chuan, massagens e Do-in, têm mostrado, nos dois lados do mundo, tal eficácia, que é estranho que sua aplicação e aceitação não sejam maiores. Tenho visto pessoas que conseguem em um ou dois minutos, com um leve massagear na cabeça e nuca entre seus polegares e palmas, livrar muitas pessoas de dores de cabeça , enjoos e enxaquecas, somatizados ou não, quando os remédios não estavam mais surtindo efeito.
Essas pessoas não eram profissionais, mas tinham em si, os elementos capazes de promover esta mágica: amor, interesse e empatia. Somando isto à uma técnica bastantemodesta, foram abertas as portas para que o Tao, que responde pela cura propriamente dita, executasse sua ação.
A questão aqui, não envolve sequer acreditar ou não no Tao. Pode-se até não ter simpatia por ele. Isto não importa. Foi dito, e não custa repetir, que o Tao tem suas próprias regras, que em nada dependem do que pensa ou deixa de pensar o ser humano. No caso de nosso massagista, sua predisposição, foi a razão da cura e pouco ou nada dependeu do paciente, até mesmo porque ele não se achava em condições de auxiliar.
Quando falamos no Tao, necessariamente falamos no Tai-Chi e na possibilidade que ele nos oferece de exercitarmos o processo analítico-filosófico da questão. O Yin é associado ao negativo, feminino, lua, noite, enquanto o Yang, está ligado aos opostos ou complementares harmônicos positivo, masculino, sol, dia.
Dependendo do problema que estamos analisando, um ou outro lado, podem (e devem) receber nomes variados, desde que seja mantida a Harmonia do conjunto. Muitas vezes, começa-se por nomear um dos elementos e a partir daí achar o seu oposto. Vejamos um exemplo: se numa representação temos a razão, parece fazer sentido colocar do outro lado a não-razão ou, se preferirmos, a intuição. A intuição por sua vez, parece ser muito mais passiva do que a razão - podemos então dizer que a razão é o lado Yang e a intuição o Yin.
Somente após a designação do Yin e Yang, estaremos em condições de ter uma visão geral da questão. Algumas vezes, a seleção fica bem mais complicada, pois envolve elementos conceituais, como: se a "vida" é Yang, a "morte" será o Yin? A morte é o oposto à vida? Ou o par será nascimento/morte, ou quem sabe vida/transição, já que muitos não sabem ou não querem estabelecer o que vem depois da vida? A profunda reflexão, a utilização da lógica e/ou da intuição, podem e normalmente acham o par correto, que sempre será aquele que dá a mais perfeita solução ao problema.
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Fonte do Texto
O Tao do Ocidente.
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© 2000. P. G. Romano.
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Agradeço a esse autor por
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Fonte da Imagem Editada
Autor: Sasin Tipchai (Tailândia).
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