O Tao do Ocidente - 21
Palavras de Sabedoria: 32 (II) a 35 (I)

32 (II) - "Quem tem consciência de sua limitação não corre perigo."
Entre os jogadores de xadrez existem respostas padrão: aqueles que não jogam muito bem, perguntados se sabem jogar, respondem não. Os que jogam muito bem, respondem sim. Há nestas respostas um pouco mais daquilo que estamos chamando de consciência. O aperfeiçoamento pessoal é algo tão sério que as coisas a ele relacionadas devem partir de uma posição muito consciente de nossa parte - temos que ser muito honestos e severos conosco. Assim, se eu afirmo que estou consciente de minhas limitações, isto não deveria ser encarado como uma resposta do tipo dado a um teste de revista. Quando você diz que sabe seus limites, espera-se que esteja expressando mais do que uma educada modéstia, porém o que vai em sua alma, um profundo sentimento enraizado e consolidado dentro de você. Isto é o que neste processo estamos chamando de estar consciente, verdadeiramente consciente. No entanto, sabemos que isto não é alguma coisa fácil. E não é mesmo...
33- "Conhecer o homem é inteligência, e conhecer a si mesmo é sabedoria."
A inteligência, é um processo mental global basicamente ligado à lógica, e portanto às coisas que apresentam um mínimo de racionalidade. Quando examinamos o Universo, percebemos que apesar das aparências, ele está inteiro e harmônico. Visto sob um microscópio, ele poderia ser comparado à espuma de sabão em um copo. Seu aspecto muda; muda o formato das bolhas, tudo enfim em constante mutação. Esta analogia, deve ser entendida como a ação equilibradora e harmonizante do Tao em todo o Universo, visível ou não.
A inteligência consegue captar e explicar as coisas lógicas dentro de certos limites. Como no entanto o explicar o inexplicável? Pela inteligência, pela lógica, pela razão? Ou será que se pode negar que existem coisas que, pelo menos agora, são inexplicadas sendo que muitas delas, de caráter transcendente, JAMAIS poderão ser explicadas pela LÓGICA FORMAL. A sabedoria, é um pouco mais do que conhecimento. A sabedoria é a sutil solução que provém do sutil, da intuição, da vivência e até mesmo da experiência. A inteligência é um dom, mas não é uma finalidade em si. O homem verdadeiramente inteligente, deveria aproveitá-la para o auxiliar no desenvolvimento daquilo que EXPLICARÁ o inexplicável, o inusitado - a sua própria sabedoria.
34- "Ser feliz é estar satisfeito com o que tem."
Uma pessoa muito rica, pode TER o que quiser; pelo menos em bens materiais. Viver em função do TER, apresenta seus problemas também. Embora a alegria do possuir, do gastar, seja intrinsecamente humana, ela carrega em si o drama da ambiguidade e da indecisão. O processo de escolher entre várias opções, é frustrante na maioria das vezes. Não há nada de errado em TER. O errado é viver para TER. Como nem sempre, por mais riqueza que tenhamos, podemos ter tudo o que queremos, e este tudo inclui coisas imateriais como amor, segurança, autoconfiança, etc...., é preciso dar uma especial atenção ao ser - SER alguém. Cada um de nós É.
Há um EU INTERIOR riquíssimo, que raramente é utilizado e conhecido. E este SER, complementa de forma magnífica aqueles bens que acumulamos. Ninguém está sugerindo que se devam jogar coisas pela janela ou se tornar um solitário eremita em alguma gruta misteriosa. A felicidade está acima e além do estar alegre. Entretanto, só é possível sentir a verdadeira felicidade, naquele instante em que paramos de adquirir, em que pacificamente deixamos de reclamar das mazelas do mundo e da vida. Neste instante, nestes poucos segundos, conscientemente afastados das coisas materiais, sentiremos, talvez pela primeira vez, a digna potência do SER, do nosso SER.
35 (I)- "O Tao não tem sabor para os que vivem para os sentidos."
Ter consciência do Tao, é mais do que uma questão de crença ou fé. Exige uma postura de vida e de comportamento. É estar convicto, fortemente convencido, visceralmente convencido de suas virtudes. A ideia do Tao, não é tão simples assim de captar de início. Ele é uma Lei, uma espécie de Lei da Física, porém com uma ação tão desconcertante, que você seria capaz de jurar que é mais do que uma Lei.
O Tao é uma MÁGICA, a Lei que rege os fenômenos mágicos. É evidente que uma ideia destas, soa muito estranha a nossos dirigidos ouvidos ocidentais. Por outro lado, quando fatos corriqueiros como o "dejà-vu" (sensação de que já vivemos aquela situação, ou vimos aquela pessoa...), ou ainda quando pensamos em receber um telefonema, e este acontece, nos leva a supor que pode estar havendo uma simples coincidência ou uma grande coincidência. O psicólogo Carl G. Jung, chamava estas últimas de - coincidências significativas. Ele foi um homem que se sensibilizou com estes fatos. Estava efetivamente consciente destes fatos.
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Fonte do Texto
O Tao do Ocidente.
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© 2000. P. G. Romano.
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Agradeço a esse autor por
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Fonte da Imagem Editada
Autor: Sasin Tipchai (Tailândia).
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