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Poesias de Walt Whitman - Página 1


Walt Whitman

Walt Whitman (Huntington, 31 de maio de 1819 – Camden, 26 de março de 1892) foi um poeta, ensaísta e jornalista norte-americano, considerado por muitos como o "pai do verso livre". Sua obra Folhas de Relva é considerada um marco na literatura universal, principalmente dentro do gênero poético. A obra poética de Whitman centra-se na coletânea "Leaves of Grass" (Folhas de Relva), dado que ao longo da sua vida o escritor se dedicou a rever e completar esse livro, que teve oito edições durante a sua vida.

Fernando Pessoa escreveu um poema de nome "Saudação a Walt Whitman". Whitman Introduziu uma nova subjetividade na concepção poética e fez da sua poesia um hino à vida. A técnica inovadora dos seus poemas, nos quais a ideia de totalidade se traduziu no verso livre, influenciou não apenas a literatura americana posterior, mas todo o lirismo moderno, incluindo o supracitado poeta e ensaísta português Fernando Pessoa.
(Resumido e adaptado da Wikipédia)



Índice

Você, Leitor;
Com Você;
Do Inquieto Oceano da Multidão;
Enquanto Eu Lia o Livro;
Não me Fechem as Portas;
Poetas de Amanhã.


Você, Leitor

Você, leitor, que pulsa
de vida e orgulho e amor,
assim como eu:
para você, por isso,
os cantos que aqui seguem!


Com Você

Desconhecido, se você vier passando
e der comigo e me quiser falar
- por que não há de falar comigo?
E eu, por que
também não haveria de falar com você?


Do Inquieto Oceano da Multidão

Do inquieto oceano da multidão
veio a mim uma gota gentilmente
suspirando:

- Eu te amo, há longo tempo
fiz uma extensa caminhada apenas
para te olhar, tocar-te,
pois não podia morrer
sem te olhar uma vez antes,
com o meu temor de perder-te depois.

- Agora nos encontramos e olhamos,
estamos salvos,
retorne em paz ao oceano, meu amor,
também sou parte do oceano, meu amor,
não estamos assim tão separados,
olhe a imensa curvatura,
a coesão de tudo tão perfeito!

Quanto a mim e a você,
separa-nos o mar irresistível
levando-nos algum tempo afastados,
embora não possa afastar-nos sempre:
não fique impaciente - um breve espaço
e fique certa de que eu saúdo o ar,
a terra e o oceano,
todos os dias ao pôr-do-sol
por sua amada causa, meu amor.

(Tradução: Geir Campos)


Enquanto Eu Lia o Livro

Enquanto eu lia o livro, a famosa biografia:
- Então é isso (eu me perguntava)
o que o autor chama
a vida de um homem?
E é assim que alguém,
quando morto e ausente eu estiver,
irá escrever sobre a minha vida?
(Como se alguém realmente soubesse
de minha vida um nada,
quando até eu, eu mesmo, tantas vezes
sinto que pouco sei ou nada sei
da verdadeira vida que é a minha:
somente uns poucos traços
apagados, uns dados espalhados
e uns desvios, que eu busco
para uso próprio, marcando o caminho
daqui afora.)


Não me Fechem as Portas

Não me fechem as portas, orgulhosas
bibliotecas, pois justamente o que estava faltando
em suas prateleiras apinhadas,
é o que venho trazer
- mal acabando de sair da guerra,
um livro que escrevi:
pelas palavras do meu livro, nada;
pelas intenções, tudo!
Um livro à margem,
sem nada a ver com os restantes,
e que não pode ser sentido só
com o intelecto.
Vocês, porém, com seus silêncios latentes,
a cada página hão de estremecer
maravilhadas.

Isto é o toque de milhares de cornetas, o choro das flautas
e o bater dos ferrinhos.

Eu não toco uma marcha só para os vitoriosos... toco grandes
marchas para os conquistados e derrotados.

Já ouviram dizer, foi bom ter ganho o dia?
Também digo, é bom perder... perdem-se batalhas
com o mesmo espírito com que se ganham.

Ouço tambores triunfantes, aos mortos... Abandono-me à
música alegre que se toca em sua honra,
Vivas, em honra dos que falharam, e àqueles cujos vasos de guerra
cairam nos mares, e aos que se afundaram eles próprios,
E a todos os generais que perderam combates, e a todos os
heróis vindouros, e ao sem número de heróis iguais
aos grandes heróis conhecidos.

(Tradução livre de José Félix)


Poetas de Amanhã

Poetas de amanhã: arautos, músicos,
cantores de amanhã!
Não é dia de eu me justificar
e dizer ao que vim;
mas vocês, de uma nova geração,
atlética, telúrica, nativa,
maior que qualquer outra conhecida antes
- levantem-se: pois têm de me justificar!

Eu mesmo faço apenas escrever
uma ou duas palavras
indicando o futuro;
faço tocar a roda para a frente
apenas um momento
e volto para a sombra
correndo.

Eu sou um homem que, vagando
a esmo, sem de todo parar,
casualmente passa a vista por vocês

e logo desvia o rosto,
deixando assim por conta de vocês
conceituá-lo e prová-lo,
a esperar de vocês
as coisas mais importantes.

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