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Parábolas - 2

A Mulher Ideal
(Da tradição sufi)

Nasrudin desejava encontrar a mulher dos seus sonhos.
Ele estava proseando com um conhecido seu, que lhe indagou:

- "Mullah, responda-me, você nunca pensou em se casar?"

- "Sim, claro que já. Quando eu era jovem, determinei-me a achar o meu par perfeito. Cruzei o deserto, cheguei em Damasco, e conheci uma mulher belíssima e espiritualmente muito evoluída; mas as coisas triviais, do dia-a-dia, a atrapalhavam."

- "Mudei de rumo e lá estava eu, em Isfahan; ali pude conhecer uma mulher com dom para as coisas materiais, da vida caseira, e além disso se mostrou muito espiritualizada. Porém, carecia de beleza física. Pensei: o que fazer?"

- "E resolvi ir ao Cairo. Lá cheguei e logo fui apresentado a uma linda jovem, que também era religiosa, boa cozinheira e conhecedora dos afazeres do lar. Ali estava a minha mulher ideal."

- "Entretanto você não se casou com ela. Porquê?"

- "Ah, meu prezado amigo, ela também estava buscando o homem ideal."


Como Orar Corretamente?

Nasrudin, precisava do seu burrinho, para algumas tarefas, mas o havia emprestado.

Não seria possível cumprir a sua tarefa, sem o seu prestimoso animal. Desanimado, lembrou-se de pedir a Deus uma solução, e começou a orar, para que lhe viesse um burrico. Foi caminhando e rezando.

No meio de uma trilha se depara com um homem de semblante severo, com dois burrinhos: montado num deles e puxando o outro, menor, por uma corda.

Nasrudin se acercou do viajante e esse lhe afirmou:

- "Ó homem desocupado, estou trazendo um burrico de tão longe, estamos todos extenuados, e você pode pôr esse burrinho nas costas e o trazer conosco até a mais próxima vila."

Com uma adaga em punho o intimou:
- "Depressa, homem! Ajeite-o nas suas costas, para chegarmos lá antes do anoitecer."

Nasrudin, temeroso, calou-se e obedeceu. E os quatro seguiram a sua jornada. Nasrudin ia atrás, trôpego. Depois de diversas horas chegaram a uma aldeia. Nasrudin, de tão cansado, quase não se aguentava em pé. O rude desconhecido nem agradeceu, e pediu que ele voltasse.

Então, o mullá levantou os seus olhos para o céu e desabafou:

- "Deus meu! Que lição acabei de aprender! Não basta pedir algo, vagamente, porém explicar como, e para qual finalidade.


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